quinta-feira, 23 de maio de 2013

Luís Avelãs: Mais uma vez a defesa ganhou um campeonato


Phil Jackson, lendário treinador da NBA que conquistou 11 títulos (6 por Chicago e 5 pelos Los Angeles Lakers), disse um dia que os ataques ganhavam jogos, mas que eram as defesas quem decidia os campeonatos. Vítor Pereira bem podia afirmar o mesmo, depois de ter guiado o FCPorto à conquista de mais um título nacional, independentemente de não ter tido o melhor ataque da prova (somou 70 golos, contra os 77 do Benfica).

Olhando para alguns dos dados estatísticos, ressalta logo o facto de os portistas possuírem a defesa menos batida da competição e com a rara particularidade de nunca terem sofrido um golo entre os minutos 39 e 77 (o que equivale a 42,2 % do tempo de jogo), feito que, seguramente, não terá acontecido muitas vezes. Em Portugal ou em qualquer outro campeonato de um país com futebol de primeira linha.

Helton só permitiu 14 golos aos adversários em toda a competição, o que significa que o FCPorto terminou a prova com uma média de 0,46 golos sofridos por partida. Mais extraordinário é constatar que a defesa azul e branca não foi batida em 19 dos 30 (63,3%) encontros e que só em três ocasiões sofreu mais de um golo (em Olhão, Vila do Conde e na Luz). Mas os dados, impressionantes do ponto de vista defensivo, não se ficam por aqui. Ter sofrido escassos 4 golos na segunda parte é algo que também merece reflexão, ainda por cima sabendo-se que o segundo melhor registo nesse mesmo período – pertencente ao Benfica – foi de 9, mais do dobro, e o terceiro foi do Sporting, com 17, mais do quádruplo! Feitas as contas, e sem juntar os vários minutos de tempo de compensação que foram concedidos, o FCPorto só sofreu 4 golos em 1.350 minutos de segunda parte, o que equivale a apenas um golo por mais de 5 horas de jogo...

Curiosamente, o período em que os dragões foram exímios a defender, não permitindo um único golo aos opositores do intervalo até ao minuto 78, coincidiu com a fase em que o Benfica faturou mais (16 remates certeiros dos 46 aos 60 minutos e 15 dos 61 aos 75). Aliás, nenhuma equipa logrou ter um quarto de hora mais profícuo que estes dois das águias. O que nos leva outra vez à célebre frase de Phil Jackson: o ataque voltou a conseguir ganhar muitos jogos mas, no final, foi a defesa que fez a diferença na questão do título. O golo de Kelvin? Esse... “só” permitiu vencer um jogo, o mais importante de todos...

-Luís Avelãs, jornal Record

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